terça-feira, 31 de julho de 2012

Sabores del Chile - parte I


Praça Central do Pueblo Los Dominicos 

Após chegar de uma viagem cheia de sabores inusitados e descobrir uma America Latina ainda desconhecida para mim, várias eram as opções de postagem. Poderia aqui me ater aos passeios às vinícolas, ou quem sabe sobre cada restaurante visitado, ou ainda falar dos temperos, quem sabe, ou até mesmo sobre o que eu e o Ju chamamos de “mitos e verdades chilenas”... Mas esta última postagem será feita a quatro mãos e por isso demorará um pouquinho mais. Só adianto que queremos falar das coisas que lemos em blogs, guias e revistas especializadas e quais informações são verídicas ou não. Aguardem!!!
Mas, para nos iniciar na culinária chilena acho precavido darmos uma panorâmica sobre o assunto e assim, posteriormente, nos ater a cada local e tempero separadamente. Mesmo assim é impossível reduzir um país tão plural, apesar de estreito, em apenas algumas meras postagens.


Hot Dog com abacate do PJD, no Mall Costanera Center
Começo justamente pelo primeiro dia de viagem, do ponto em que me vi comendo um belo sanduíche, semelhante à aqueles famosos encontrados em redes de fast food no mundo inteiro, porém com um toque chileno: abacate. Sim, acreditem: pão, frango empanado, tomate, queijo e uma pataca de abacate, de dar inveja, amassadinho e sem tempero algum. Confesso que num primeiro momento me causou certo estranhamento já que aqui no Brasil, normalmente comemos abacate com sabores mais adocicados, salvo raras exceções culinárias, mas nos últimos dias de Chile já estava com água na boca sempre que via um sanduba nas ruas de Santiago.
Os sanduíches com abacate (a “palta”) são encontrados em todo lugar e o cachorro quente com abacate, acho que em quase toda esquina. Algumas empresas que vendem os sanduíches e que pude provar são a “Fritz” e a “Pedro, Juan e Diego”. Fica a dica para provar o refri “Ken”, de um verde fosforescente inigualável.
Pastel de Choclo do Cafe Antulican, no Pueblo Los Dominicos
Pastel de Choclo do Mall Costanera Center


Não se pode ainda deixar de provar o Pastel de Choclo, prato a base de milho que, feito em camadas é assado em cumbucas de barro e servido fumegante. No fundo da cumbuca é colocado frango cozido e desfiado, bem molhadinho, uma segunda camada de carne moída, em pedaços maiores dos que estamos acostumados e por cima uma grossa camada de um “mingau” (não sei se essa seria a melhor definição, mas vamos lá) de milho. O melhor que provei estava no “Pueblo de los Dominicos”, uma feira muitíssimo interessante, de artesanato e aves ornamentais, encontrada na estação Los Dominicos, de metrô. O lugar é incrível, cheio de vielas com chão de terra batida e com o melhor artesanato que encontrei em Santiago. Vale um super passeio e almoço de domingo nesse lugar.
Conejo Casablanca - Restaurante Vinilo
No quesito temperos, muito marcantes por sinal, destaco o famoso Merkén, o Ají e o Pebre, muitas vezes servidos separadamente aos pratos e podendo ser acrescentados a quase tudo, já que, segundo o chefe Gonzalo Lara, o Merkén, por exemplo, pode ser colocado até mesmo no chocolate quente – como diria Charlie Brown: que puxa!
O primeiro dos temperos citados – Merkén - é uma mistura feita originalmente por índios mapuches e que leva pimenta (de uma variedade chamada de cacho de cabra) ou ají, defumada, coentro e sal.
Osobuco de Vacuno - Restaurante Vinilo
O ají, como já disse, é a pimenta. Encontrei molhos feitos a partir de diversas pimentas. E o Pebre é como o nosso vinagrete, só que com coentro. Uma delícia e chega logo com o couvert. O tomate pode aparecer quase moidinho ou picado em quadradinhos pequenos.
Visitamos restaurantes muito bons e em sua maioria autóctones, tentando, na medida do possível, conhecer um Chile não voltado apenas para turistas ou, como sugeriu o Chefe Gonzalo Lara, do restaurante Vinilo, um anti-tour.
Chef Gonzalo Lara

Com um casal de amigos e o Chef Lara na porta do Vinilo

O Vinilo é um restaurante muito simpático, localizado em Valparaíso, cidade histórica e litorânea. Com pitadas sutis de uma culinária européia, o chefe esbanja sabores chilenos autênticos. Na chegada, o chefe nos recebeu com um cardápio muy rico e com seus ingredientes todos explicadinhos e descritos, pelo próprio chefe. Confesso que nesse momento estávamos com muuuuuita fome e quase apertei a tecla “pular intro” mas me contive... e não é que valeu a pena? Indo a Valpo, vale a pena o almoço, regado à cerveja artesanal feita pelo arquiteto e irmão do chefe. Gonzalo ainda me deu, gentilmente, um pouquinho do Merkén utilizado por ele, feito por índios Mapuches e bem diferente do que eu havia comprado no supermercado (em todos os aspectos: aroma, textura, etc). Aos ,pode-se ainda fazer uma aula de culinária com o chefe, que vai desde a ida ao mercado para a escolha de ingredientes até a execução de pratos típicos chilenos. Ai que vontade que deu, mas o tempo estava curto... então corremos para outros passeios.

Mais fotos? Você vê aqui!

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